quinta-feira, julho 28, 2005

sacrificio e ressurreição de david nebreda













aos 19 anos foi-lhe diagnosticado esquizofrenia, esteve varias vezes internado em clinicas psiquiatricas, mas mesmo assim concluiu a licenciatura em belas artes.

passou anos na sua casa em madrid sem contacto social de qualquer tipo, sem radio, sem livros, sem televisão, sem se olhar ao espelho apenas entregue a si e ao seu mundo e á dor que via nas fotografias de si mesmo.

durante este tempo mergulhou num abismo profundo da sua mente atingindo o patamar mais baixo, a morte, mas voltou, voltou com tesouros do mundo obscuro em que habita.
este trabalho mostra esse mundo, mostra a entrada na caverna, no casulo da sua metamorfose, um verdadeiro sacrificio e ressurreição do seu corpo e da sua loucura.

documentou tudo em auto-retratos e elevou-se a obra de arte.


fica uma pergunta na minha cabeça, terá sido uma viagem que foi documentada, ou um documento que serviu para fazer uma viagem... interessa?

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2 comentários:

Joao disse...

yeck!

M de M disse...

Não consigo de deixar de pensar, mais uma vez, no que é a Arte? Não será a primeira nem a última vez…Nem nunca terei a resposta certa porque ela não existe. Mas de qualquer forma aqui ficam uns conceitos retirados dum dicionário:
Arte
do Lat. arte
- Abstracta: arte que procura representar a realidade abstracta e não as aparências da realidade tangível;
- Figurativa: arte que retrata, de qualquer forma, alterada ou distorcida, coisas perceptíveis no mundo visível;
Neste caso em particular as ideias tornam-se ainda mais complexas e perversas. A Fotografia, a doença, e a arte. Será possível que estas imagens, fruto da imaginação senil e inconsciente dum artista, possam ser consideradas como uma obra de arte? E isso será relevante? Entender o que está por detrás do processo criativo, perceber o porquê das coisas? Depende. Eu quando estou perante uma fotografia, um quadro, uma escultura, uma peça de teatro, um espectáculo de dança, uma obra arquitectónica, a ouvir uma música, não estou a questionar-me constantemente, estou apenas a sentir e o que varia e que me interessa é sem dúvida o impacto que causam em mim. E se me emocionam melhor, é bom sinal, digo eu…Mas há ou não limites? Aqui a questão que me assola é: a exposição dura, nua e crua da doença poderá mesmo ser considerada um tesouro? Tem que haver um limite…estamos no limiar da condição humana. Qual a relação entre integridade duma pessoa e uma peça de arte? Onde está a estética na decadência física e mental dum ser humano? A minha cultura ocidental não me permite apreciar a quase morte…Não sei…Fica mais uma vez a pergunta no ar…