quarta-feira, março 07, 2007

lisboa horizontal

à falta de coisas para dizer, recicla-se um post com um ano, mete-se fotografias de horizontes novas, uma música contemporânea e fica tudo com um cheiro primaveril...



dead combo - quando a alma não é pequena - link


Lisboa desce de escuro até ao rio e para, volta-se, olha-se, reencontra-se em cada esquina e perde-se nos becos e nos cheiros a peixe fresco de ontem.
Lembras-me de quando era feliz.
O dia começa e recomeça o dia de cada um.
Há de tudo e há de nada, Lisboa mostra-se, levanta as saias e deixa-se tocar.
As vidas cruzam-se e ha sempre um reencontro em cada esquina, passam vidas ao lado, chocam vidas de frente, perdem-se vidas de dentro.

Renasci e cresci com este doce cheiro de mar velho.

Acordo, Lisboa amanhece e eu dentro dela. Tantas noites me seguraste a mão ao vento cortante de mar de lua, com razão, e continuaste a acordar-me sempre pela amanha, as vezes noite. Aprendi a gostar de ti, a reconhecer-te em cada portada e a saborear-te em todos os balcões de marmore ou nos jardins que te olham de cima ou de frente.
És Linda.
Salto os degraus, ensinaram-me com prazer a escorregar com prazer pelos corrimões abaixo á bica. E ela esta la sempre, mais rua menos rua.
Lembras-me de que volto a ser feliz.

Acordei e continuo a esquecer-me da minha cara.
Já não cerro os olhos com mais força, agora saboreio os cristais liquidos de sal que chegam á boca, a unica forma de os beber.
E sim, reencontro-me em cada esquina, e sim sou eu, e tambem nao sei o caminho mas sei a rua. O tejo fica sempre ali.

Acordei. Não volto a dormir.



2 comentários:

Maria Strüder disse...

Depois passa no meu blog tenho lá uns cartoons que poderás ou não gostar :p

expatriada disse...

saudades... muitas!

Beijos... muitos!