quando morrer não quero ser velho, não quero que a demência tome conta de mim, ser fardo, ser dependente, esperar dos descendentes a complacência da obrigatoriedade de tomar conta de um ser débil, decrépito
quando se é dependente novo as coisas são diferentes… não são obrigatoriedades…
não quero ter dias sem nada para fazer, não quero ter dias de espera, não quero esperar por nada, não quero ter dinheiro de lado para pagar o meu caixão, não quero caixão, quero apenas duas moedas para pagar a caronte…
quero ter a vida cheia e que o final apenas seja a ânsia de criar e não de viver, quero trabalhar até morrer, quero que o trabalho não seja trabalho, quero ser oscar niemeyer, manuel de oliveira, não quero motins, conversas nas costas, quero a alegria em cada almoço, em cada ano de celebração da vida e não da espera da morte…
quero que as rugas sejam de amadurecimento e não de mera expressão, de rezinguisse de dizer que não, quero que as histórias se confundam com as estórias e quero ter forças para andar, de nada à minha volta ser estranho e não ter a vergonha de beijar…
viram a estatística que saíu esta semana, que 40% dos velhos portugueses são a favor da eutanásia? sabendo a gente que a maioria são católicos e tudo, aquela percentagem mostra bem como eles se devem sentir.
...aqui me apresento sem muito para dizer, 20 dedos, duas mãos, uma boca, um nariz, dois olhos castanhos, duas pernas, alguns cabelos brancos e pouco mais...
4 comentários:
:-)
eu também
e eu quero morrer ao teu lado...
este último comentário é de partir o coração...
viram a estatística que saíu esta semana, que 40% dos velhos portugueses são a favor da eutanásia? sabendo a gente que a maioria são católicos e tudo, aquela percentagem mostra bem como eles se devem sentir.
fazia tempo que já não te visitava mas depois do que li neste poster... fiquei com vontade de voltar mais vezes!
Adorei.
Concordo.
E desejo, e vou fazer tudo, para que os meus pais e avós também morram de velhice... e não de ser velhos...
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