segunda-feira, maio 26, 2008

um cadáver mais ou menos esquisíto...



Aquela manhã de nevoeiro disperso estava a acordar aos poucos. Tal como aqueles olhos que iam abrindo de mansinho, a medo, e ficaram focados na janela gigante que dava para a praceta onde permanecia uma estátua de um qualquer marquês. Pôs-se de joelhos, com as mãos amarradas atrás das costas, e levantou um pouco a cabeça. Torceu todo o corpo para a esquerda e só então conseguiu lembrar-se do que tinha acontecido.

(ÿpslon, www.vitaminaY.blogspot.com)


A memória chegava-lhe em imagens difusas, ele sabia que situação onde se encontrava era mais do que uma manhã embaraçosa depois de uma noite que não quis passar sozinho. A cada expiração, a dor lembra-lhe da posição do seu corpo contorcido... os olhos a custo procuravam alguma familiaridade naquele quarto-jaula, param no preciso instante em que o pé toca em algo, foca uma mulher, leonor, uma imagem difusa da noite anterior, também atada, contorcida, de olhos fechados, a começar a murmurar repetidamente…
- “como fomos capazes…como fomos capazes…”

(indigente andrajoso, www.indigenteandrajoso.blogspot.com)


esta é a minha resposta a este desafio do ÿpslon, onde, em jeito de escrita livre dos cadáveres esquisitos surrealistas, se constrói uma narrativa, aliás duas narrativas com o mesmo início, 20 pessoas, 10 em cada história e sem um fim definido...

segue o texto a partir da borboletas na barriga

3 comentários:

Anónimo disse...

Wow, tou a adorar o desenvolvimento da história =D

indigente andrajoso disse...

:)

Anónimo disse...

Dá uma espreitadela ao meu blogue, acabei de publicar os 2 textos finais do desafio literário. Muito obrigado por teres participado, as histórias saíram absolutamente brilhantes! Espero pelo menos 1 comentário a este post! ;)

Até ao próximo desafio!